domingo, 18 de abril de 2010

O melhor amigo que alguém pode ter

Há 6 anos, quando eu tinha lá meus 19, 20 anos (não façam contas!!!!), ganhei do meu pai um lindo cachorrinho, ao qual dei o nome de Lippi. Ele era um dashund lindo, marrom, com aquela cara fofa que todo filhote tem e compridinho, igual ao famoso "salsichinha da Cofap", que não se lembra dele? Pois bem, já tive muitos cachorros na minha vida, mas o meu pequeno Lippo-Lippo era e é muito especial. Ele sempre foi meu parceiro paciente em alguns dos mais importantes momentos que vivi durante estes últimos anos, bons e maus. Talvez eu nunca tenha dito isso à ninguém, mas durante muitas das vezes em que eu fiquei triste ou tive crises de síndrome do pânico, era ela que me acalmava. Nessas horas, eu ia até o quintal e ele me recebia todo feliz, pronto pra brincar. Em algumas outras ocasiões, como que sentindo a minha angústia ou tristeza, ele se contentava em deitar no meu colo, como quem quer dizer, "tudo vai dar certo, estou do seu lado, incondicionalmente". E de fato foi isso o que ele sempre fez. Quando ele tinha 1 aninho, fui morar fora para fazer faculdade e nunca mais voltei a morar com os meus pais. Durante todos esses anos, obviamente eu não tinha a menor condição de levá-lo comigo, então, lippo-lippo ficou na casa deles, mas sempre desejei poder um dia trazê-lo pra morar comigo. Sempre senti muita falta dele e todas as vezes em que ia visitar a família, o primeiro de quem eu queria saber era do Lippi, era ele também que eu ia abraçar e apertar, antes de todo mundo. Ele era meu filhote, meu companheiro, chorão é verdade, mas a única criatura desse mundo que oferecia um amor e uma fidelidade incondicionais, algo que nenhum ser humano jamais será capaz de oferecer a quem quer que seja. Quando eu brincava com ele todas as dores, as preocupações, as incertezas desapareciam. Era como se fôssemos só nós dois ali, brincando, despretensiosamente. É por causa dele que esse blog se chama "Conversando com o cachorro". Pois bem, meus pais estão se mudando para um apartamento e vetaram a presença dele lá. Eu entrei em pânico, bati o pé, briguei com todo mundo, não, ninguém iria dar ele pra quem quer que fosse!!!

                                              A última foto que eu tirei do Lippi

Neste final de semana, porém, quando perguntei por ele ao telefone, percebi o silêncio da minha mãe e na hora saquei que algo tinha acontecido. Meu coração disparou. Não consigo lembrar da cena sem ficar com os olhos marejados. Sem me consultar, eles decidiram dar meu amado cãozinho para uma menina. Mas que menina. "Não sei, a filha de uma amigo do vizinho da puta que o pariu!!!!" Só faltou ela dizer isso. O que eu senti? Não dá pra descrever. Uma dor no coração, uma agonia, levaram meu cãozinho de mim há quase 10 dias e ninguém, NINGUÉM me disse nada?!?!?!?! Como puderam??? Fiquei histérica, gritei horrores e desliguei o telefone na cara da minha mãe. Juro que me senti e me sinto enganada. Pior do que isso, quem me garante que vão cuidar dele direitinho?? Estou tão triste e tão chateada. Quem não gosta de animais e estiver lendo isso, vai achar que é chilique de menina mimada, mas não é. Só eu sei o amor que tenho por ele e o bem imenso que ele sempre me fez, desde o dia em que chegou numa caixinha, enrolado em uma toalha. Deram meu cachorro pra um desconhecido e sabem por quê?! Pra ele não fazer barulho, não incomodar os vizinhos do prédio... Mal sabem que ao levarem o Lippi embora, levaram também um pedacinho do meu coração que desde ontem tá apertado. Levaram também o meu companheiro de alguns dos melhores e mais importantes momentos da minha vida.